Leialti minimalista.

domingo, 27 de julho de 2008

Do porque não dividimos mais bancos.

Foi-se o tempo em que um banco de praça era dividido com um estranho, atualmente, quando se senta com alguém em algum banco, é com alguém que você já conhece e que, muito provavelmente, está com você. Não vejo o porquê de tal fenômeno. É muito mais engraçado sentar-se com a sua namorada em um banco já ocupado e afugentar os ocupantes prévios. Mesmo a cena do garoto em um extremo do banco, da garota no outro extremo e, no meio, um misto de timidez com polidez social sentado como uma terceira pessoa (quando um dos dois coloca a mão no meio do banco, pode-se sentir o colo dessa terceira pessoa) ainda funciona perfeitamente na minha cabeça. Aliás, com toda essa contemporaneidade, não importam muito os gêneros das pessoas sentadas. Posso ver claramamente, o menino já está lá, então a garota se senta, alguém tem que dar um primeiro passo. Agora são três no banco e eles trocam olhares furtivos. A garota da direita se finge de desinteressada e a da esquerda é mais ousada, se aproxima levemente dë meninë desinteressado, agora verificando algo em sua mochila. Da mochila do garoto sai um lenço branco que, numa atuação terrível, ele deixa cair no chão. O garoto ousado, que à essa altura já estava com o braço escorado no enconsto do assento, pode ver claramanente no lenço caído letras grandes num tom de verde-limão-cegante que despertaria o horror em qualquer pessoa com um mínimo de bom gosto os dizeres: "eu vô". Nesse momento a terceira pessoa se levanta e vai embora, talvez haja algum banco vazio na praça.

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