Eis que surge um conceito novo na minha vida, num momento muito inesperado. Depois de viver mais de uma década com a família, pais juntos, pais separados, mãe-recém-separada-evangélica-de-cabelo-curto, almoço todos os dias na casa da avó (do qual eu não gostava e, por isso, passava vários dias sem almoçar), pai que trabalha viajando e deixa os filhos com a madrasta.
Tantas casas e nenhuma delas um lar, isso pode parecer um tanto quanto clichê do adolescente vindo de broken home, não vou falar dos problemas que tive com eles, basta dizer que eventualmente meus pais pararam de me chamar para os eventos de família. Casa para mim sempre foi um sacrilégio, um lugar para onde eu voltava por falta de opção e do qual me esforçava para me manter longe, fosse dormindo na casa de amigos, de estranhos ou mesmo na rua.
E foi num desses problemas familiares, se é que se pode chamar de familiar um problema que vem de uma coisa que chamam de família, mas que está longe de cumprir esse papel, me empurrou para uma nova casa e, dessa vez, mais estranho do que morar com a madrasta porque o pai trabalha viajando: moro com a primeira esposa do meu pai. E por uma grande ironia, agora que estou cada vez mais perto de me tornar auto-suficiente (em questões financeiras) e que tenho mais amigos que me oferecem lar por um ou alguns dias, finalmente encontrei um lugar para o qual voltar não é um sacrifício, muito pelo contrário, é inclusive agradável. Minha irmã mais velha e a mãe dela me tratam muito bem. Ha, que curioso, a boadrasta, para fazer um trocadilho horrível, ou, de uma forma um pouco mais poética, a vida me apresenta a mãe antes da mãe.
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Eita, daqui a pouco isso aqui vira querido diário.
Leialti minimalista.
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