Eles entenderam tudo errado. Não foi para que sentissem pena de mim por ter tentando me matar, mas por ter tentado viver, se eu quisesse me matar de verdade, não teria apenas trancado a porta, se eu quisesse me matar de verdade, eu teria deixado a porta aberta, teria deixado a janela aberta e teria me atirado por ela, e não tomado um monte de remédios para dormir, para dor de cabeça, para mal estar. Se tomei um monte de remédios para dormir, é porque tenho insônia, se tomei remédios para dor de cabeça, é porque minha cabeça dói e se tomei remédios para mal-estar, é porque não me sinto bem. Por que os remédios não resolveram os meus problemas?
Agora todos me dizem "olha, a gente tá aqui, viu? Se precisar de qualquer coisa, a gente tá aqui. A gente gosta muito de você, continua sendo essa pessoa especial que você é", essa última parte eu já havia escutado antes, mas o que a antecedia era um "feliz aniversário", todos ficam repetindo isso. Minha cabeça começa a doer novamente. As pessoas me dizem isso em todos os lugares que vou, a família diz, as pessoas na faculdade, e eu nem conheço a maior parte delas, mas elas também me diziam para ter um feliz aniversário. Eu me sinto mal novamente. Volto para casa e não consigo me lembrar o que no dia valeu a pena. E embora ficar acordado não valha a pena, não consigo dormir. Acho que preciso dos meus remédios novamente, talvez eu melhore dessa vez. Talvez alguém devesse mentir pra mim, me dar balinhas e dizer que eram os remédios, efeito placebo, o problema estaria resolvido.
Leialti minimalista.
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Um comentário:
se precisar de mim...
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