Leialti minimalista.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Entretenimento lubrificado.

De acordo com a situação, criam-se as formas mais inusitadas de entretenimento. Os bancos do ônibus não eram exatamente propícios, mas o casal no corredor ao lado conseguiu se acomodar muito bem; ou assim me pareceu: o homem de bruços sobre a mulher e esta de bruços sobre os dois bancos, ambos envolvidos em um jogo em que o objetivo era mudar a posição dos interruptores no teto e impedir o outro de fazer isso. O fato é que não tenho uma namorada. Não tinha uma namorada, uma esposa, uma amante e nem mesmo uma peguete, na ocasião. Para a minha sorte ou azar, tive uma visão muito bizarra: no fundo amarelo, as letras verdes diziam "Comércio lubrificantes". Não era uma loja, era um ônibus, um ônibus na parada de ônibus, parado perto do meu ônibus parado na parada de ônibus. Depois de muito pensar a respeito dos motivos que levariam uma linha de ônibus a ter tal nome, que envolviam contorcionistas e rodomoças/moços vestidos de látex, servindo bandejas com vibradores e lubrificantes, analgrupalcomnavalhaechicotinho, decidi dormir. Sorte que eu estava na viação Sandra, eu não dormiria na viação Comércio Lubrificantes, sem chance!


O TRAUMA

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

A Comunista de Oz

== CONTÉM SPOILERS ==

O caminho pela estrada amarela de tijolos é impregnado de magia, inclusive os que caminham sobre ela exalam magia por todos os poros. Um espantalho, um homem de lata, um leão falante e uma estrangeira e seu cachorro que chegaram carregados por um tornado, furacão ou qualquer coisa que o valha. A história transcorre num ritmo tranqüilo, mesmo em cenas onde há machados dilacerando corpos, toda a cena parece desenvolver-se num desenho feito com lápis de colorir e giz de cera nas paredes da sua casa, por aquele priminho fofo que veio passar o final de semana, e, é claro, você é quem vai ter que limpar. Os personagens são lineares, apresentando apenas um objetivo e uma conduta, levando àquilo que deve conter toda história infantil, por formalidade: uma moral. Ora, não é a moral de O Mágico de Oz a luta pelo seus objetivos ou a valorização da amizade ou qualquer uma dessas baboseiras impressas em todas as histórias infantis?

Entretanto, a mágica de L. Frank Baum só faz a história se parecer com algo que não é. Os amigos que cruzam a terra de Oz, ora pela estrada de tijolos amarelos, ora carregados por macacos alados, representam a inversão dos valores capitalistas. Analisemos os objetivos das personagens para melhor compreeder isso. Dorothy, a protagonista, só quer voltar para o conforto de seu lar, ao lado dos tios, ao passo em que todos os seus amigos estão em busca de posses superficiais para melhor enquadrarem-se na sociedade em que vivem. O Espantalho busca um cérebro para poder ser tão inteligente quanto um homem, o Leão busca por coragem para preencher o papel de rei dos animais e o Homem de Lata busca um coração para poder ter sentimentos, como um homem. A verdade é que nenhum deles precisa dessas coisas, pois as mesmas lhes são inatas, não obstante, eles se esforçam para obter a posse material e só então se realizam. E enquanto todos os seus amigos estão realizados, Dorothy, no plano principal, e, portanto, mais importante, ainda não conseguiu voltar ao lar, voltar a um conforto não material, uma casa de um só cômodo, no meio do nada, junto dos tios velhos e cansados. Não é como se eu quisesse provar que Dorothy é uma comunista prematura, no entanto, em um período de realização industrial nos Estados Unidos, Dorothy é uma garota buscando realização consigo mesma e não uma trepada com o cara que tem o melhor (mais caro) carro da cidade.



CITAÇÕES:
"Se você ao menos tivesse um cérebro, seria um homem como qualquer outro e melhor que alguns deles."
Corvo


"Como posso deixar de ser um impostor, se todo mundo fica me pedindo que faça coisas que todos sabem ser impossíveis?"
Oz



Imagino que eu poderia redigir um texto melhor se eu não estivesse bocejando tanto. A essa altura já devo ter virado ao avesso e nem notei ainda.

Decisão pt. 2

Foi tomada a decisão. O post anterior foi publicado também no Live Journal, sem o cuidado de corrigir os vários erros, e devido a quantidade de opções do concorrente, ele foi descartado. Não quero ter opções, quero apenas poder escrever. Não me apresentem templates, fontes, itálicos invertidos, cafeteria online, o diabo. Quero apenas poder escrever, apertar enter e ter o texto publicado, não para que vocês, provavelmente mais desocupados que eu, leiam, mas que para que eu saiba onde encontrá-lo posteriormente, além de exercitar a minha capacidade de redigir e sintetizar.

Aqui jaz o outro blog: http://yuriccaldone.livejournal.com/

Ok, talvez eu tenha um desejo íntimo de que alguém leia isso, porque me dei ao trabalho de escrever isso, enquanto eu poderia passar para a parte em que eu simplesmente escrevo as coisas concernentes ao meu interesse. Bom, posso usar a desculpa de que estava testando a minha capacidade de redigir um post de blog.

Decisão

A cada instante uma nova, agora há pouco decidi criar um blog que supostamente não será divulgado, apenas para que eu possa "rabiscar" coisas que penso a respeito de tudo, sem, no entanto, desejar que alguém mais o leia, e, tampouco, desejando que ninguém o leia. Parecia uma idéia simples e prática, as 3h da matina não se pensa nas implicações de criar um blog. Agora mesmo tenho que decidir se vou usar o Blogger ou o Live Journal e este é apenas um post de teste para que eu possa ver o resultado final e me decidir, ou seja vou ocupar inutilmente alguns bits no grande computador que armazena a internet pelo simples interesse de criar um blog. Isso para não citar a famosa teoria no caos, sobre a qual não vou dissertar, porque acarretaria numa divagação enorme sobre as conseqüências causadas por escolher este ou o Live Journal que provavelmente resultariam em me casar com um travesti ou morrer atropelado por um patinete.

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