Leialti minimalista.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Desacordo ortográfico.

As pessoas nem sequer adotaram o novo acordo ortográfico e injuriam-no à plenos pulmões para cima e para baixo. "acabar com a trema, vê se pode? agora vamos falar trankilo... e o hífen então, benquisto, tem lógica uma coisa dessa? E o pior, a crase, eu nunca soube muito bem onde usar, onde tinha e onde não tinha, mas é a coisa mais charmosa da língua a crase, não é?" E a crase nem sequer sofreu alterações no novo acordo ortográfico, mas sabe como é, você tem aquele primo que sempre dá problema, chega em casa chapado de maconha e um dia some dinheiro na casa, ninguém hesita em olhar torto para ele e logo objetos começam a voar. A bem da verdade, apenas uma minoria das pessoas sabia onde ia a trema, inclusimente, muita gente nem sequer sabia para que servia a trema e só foi saber agora com a reforma, e mesmo assim se sentiram ofendidos. Do hífen posso dizer o mesmo. Pois saibam os reclamões que a língua não passa de um monte de acordos decididos por um monte de gente que atribui significado a uma sequência determinada de sons ou símbolos e todo mundo sempre se deu muito bem assim, não fossem os acordos ortográficos, estaríamos escrevendo phosphóro até hoje, ou êle. Êle, não preciso nem dizer o quanto é indignante ter que colocar um circunflexo nessa palavra, não é!? Aliás, ruim mesmos são os desacordos da língua portuguesa, quando respondem a uma pergunta terminada em "não, é?" nunca sei se a resposta concorda com o "não" ou com a pergunta e sempre tenho de perguntar de novo

- Poxa, mas o filme foi até bom, não é?
- Não...
- Não que foi bom ou que não foi bom?

Isso não estabelecem na língua. Aliás, só é útil quando se quer fugir da verdade. E eu até tenho gostado desses últimos textos, estão até razoáveis, não é?

2 comentários:

Carola Vaz disse...

¨ `
eu gosto desses...

Bárbara disse...

Phosphóro é uma palavra bonita. De hoje em diante, só escrevo phosphóro.

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