Leialti minimalista.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Mal me quer.

Eu costumava adorar surpresas, até conhecer a aranha-caranguejo. A aranha-caranguejo é um pequeno ser levemente transparente que vive dentro de flores brancas, flores amarelas e flores flores daquelas que abelhinhas se aproximam para tirar mel ou do qual pessoas se aproximam para deleitar-se com o perfume.

Algumas pessoas são como flores das quais nos aproximamos para sentir o perfume. Algumas pessoas são melhores ainda do que apenas perfume, nos aproximamos dela para produzir mel, razão de nossas vidas de pessoas operárias. E enquanto estamos lá nos dedicando à única atividade que faz sentido em nossas vidas, somos atacados por uma maldita aranha-caranguejo. Nesse momento nos descobrimos aracnofóbicos. É porque não recebemos ainda a surpresa: a aranha-caranguejo é uma aranha versátil em filha-da-putice, ela não necessariamente prende suas presas em uma teia, como de praxe, porque, nesse tipo de ocasião, ainda haveria uma chance ínfima de fuga. A aranha-caranguejo atrai suas presas para um líquido qualquer e as observa afogar. Você é uma abelha operária aracnofóbica e suas asas estão molhadas, você não pode voar e há uma aranha observando você morrer afogada dentro de uma flor. Talvez você tenha esperança de que a aranha, como parte da bela flor que outrora lhe fora o sentido da vida, lhe salve da morte, ela poderia te ajudar, ela poderia estender apenas uma das suas oito patas. Mas ela apenas observa você morrer.

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